A polêmica pela luta da brasileira Kalindra Faria no World Series of Fighting (WSOF) promete render mais capítulos. O Combate.com obteve documentos incluídos na ação movida pelo Xtreme Fighting Championships (XFC) contra a organização de MMA rival por ter promovido uma luta de Kalindra, apesar de ela ter contrato de exclusividade com o XFC. Entre esses documentos, estão o acordo assinado pela atleta, uma foto sua com o contrato em mãos e uma troca de e-mails com dois dirigentes do WSOF, o presidente Ray Sefo e o vice-presidente executivo Ali Abdelaziz.
O documento comprova que Abdelaziz e Sefo entraram em contato com o XFC para conferir a eligibilidade de Faria para lutar em outra organização. Sefo diz em sua mensagem, datada de 6 de outubro, que "Kalindra está certamente sob contrato, então é 100% (certo) que ela não vai enfrentar Jessica em novembro, a não ser que desejemos um processo." Já Abdelaziz diz que o WSOF foi pego de surpresa e garante que, caso a companhia saiba com "100% de certeza" que Kalindra tem um contrato de exclusividade, "nós não vamos contratá-la", em mensagem datada de 7 de outubro. Ele termina sugerindo que o XFC converse com o manager da lutadora, Jorge Patino "Macaco", com quem estaria lidando diretamente.
Em entrevista ao Combate.com no último dia 14, Abdelaziz chamou os dirigentes do XFC de "palhaços, irrelevantes" e alegou que o contrato de Kalindra Faria com a organização "não élegítimo", que ela "não assinou esse contrato". Todavia, entre os documentos apresentados pelo XFC, estão o contrato integral assinado pela atleta, com suas iniciais em cada página, que tem logo em seu primeiro artigo o item "Direitos Exclusivos de Luta e Promocionais", que diz, em inglês: "O lutador, por meio deste, dá ao XFCi (sigla para XFC International) os direitos exclusivos mundialmente de assegurar, arrumar, promover e apresentar MMA ou atividades relacionadas (uma "luta") em nome do lutador e para a participação do lutador, durante o termo (...) O lutador não deve competir ou participar em nenhum evento de MMA ou relacionado além dos que sejam pelo XFCi ou definido por ele, a não ser que tenha a permissão prévia por escrito do XFCi."
A organização também tem uma foto de Kalindra exibindo o contrato assinado.
- O XFC nunca atacou ou humilhou nenhum de seus atletas, diferentemente do que acontece em outras organizações de MMA. Procuramos sempre proteger Kalindra Faria, uma atleta contratada pelo nosso evento, e não deixar nenhuma dúvida sobre seu caráter durante todo esse desastre. Executivos do XFC se comunicaram com pessoas que de fato têm relevância na hierarquia do WSOF, seu fundador, Shawn Lampman, e seu presidente, Ray Sefo, diversas vezes a respeito do contrato de exclusividade de Kalindra Faria com o XFC. O Sr. Ali Abdelaziz, que proferiu comentários imprudentes e ofensivos a nosso respeito e alega nunca ter ouvido falar de nós, nunca foi considerado um fator nessa situação. O Sr. Abdelaziz nos enviou um e-mail afirmando que Kalindra não lutaria no WSOF caso tivesse contrato de exclusividade com outra organização, e isso prova claramente quem está sendo honesto e íntegro nessa situação - declarou Myron Molotky, presidente do XFC, através da assessoria de imprensa do evento.
No meio de toda a polêmica, está o manager de Kalindra Faria, o lutador e empresário Jorge Patino "Macaco". Em entrevista por telefone ao Combate.com, Patino afirmou que o contrato da lutadora com o XFC "não tem valor", por não ter firma reconhecida nos Estados Unidos e por sua atleta não ter recebido o apoio de um tradutor para a leitura e assinatura do contrato, redigido em inglês.
- Pelo meu entender, se houvesse realmente uma cláusula no contrato que prendesse a Kalindra, ela não teria lutado de jeito nenhum o World Series, o XFC já teria bloqueado a Kalindra judicialmente. Como ele (Myron) sabe que o contrato dele não tem valor algum, por ela não saber falar inglês, não ter nenhum tradutor e lutar sem reconhecer firma em solo americano, não tinha como prendê-la. Ela lutou e não vai dar nada, não tem como. E se o XFC fizer alguma coisa contra ela, estão se enfiando num buraco, porque estão prejudicando uma mãe de família, uma lutadora guerreira, que quer o melhor para a família dela e para a carreira dela. E ela sempre fez o bem para o XFC, sempre levantou o nome do evento, e a gente tem sempre que ajudar o atleta a subir, não derrubá-lo - afirmou Jorge Patino.
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