Técnico monta "TUF" em São Paulo: "Sonho realizado" Diego Lima hospeda sete jovens promessas da Chute Boxe no Morumbi e fala de faro em descobrir novos talentos no MMA brasileiro: "Não quero quem já está no UFC"

Rudimar Fedrigo e Diego Lima (ao centro) e atletas da Casa Chute Boxe (Foto: Divulgação)CC

Ele treina um dos principais nomes do Brasil no UFC nos últimos dois anos, exige de seus alunos o máximo nos treinamentos e procura colocar em cada sessão de sparring todo o legado deixado pela Chute Boxe anos 90 e 2000. Diego Lima sabe da responsabilidade em tocar em São Paulo o nome de uma das principais equipes de MMA do Brasil. E é com essa vontade de manter o alto nível de seus atletas na academia, que o treinador revela o ousado projeto montado no Morumbi, na capital paulista: reunir sete jovens promessas em uma casa, com toda a estrutura, focados em escrever seus nomes entre os melhores das artes marciais mistas do Brasil e do mundo. 

- Na verdade, muitos atletas me mandam mensagens para treinar com a gente na Chute Boxe. Agora, não adianta o cara já estar no UFC, com seus vícios, manias e estilo próprio. Então, quanto mais novo, melhor. Temos essa casa no Morumbi, com piscina, sauna, sete quartos, todos os atletas têm fisioterapia, nutrólogo e toda a estrutura a disposição. Não precisa sair do Brasil para ter boa preparação. Só precisa de gente que invista. E é um sonho realizado. Não é um quartinho nos fundos da academia, como tem muito por aí - disse Diego Lima em entrevista por telefone ao Combate.com. 

- Todos têm um futuro brilhante pela frente e, realmente, são nomes que aposto que logo estarão brilhando dentro dos cages. Por exemplo, tem o Gustavo Gabriel, que está invicto nas 12 lutas que fez. Tem Brendo Bispo, com 16 vitórias e três derrotas. Então, realmente, pode ser uma espécie de "TUF", mas a diferença é que, no reality show, todo mundo luta pelo mesmo sonho, mas só um pode conquistar. Aqui, os sete podem chegar. Não há disputa entre eles. Quero que todos lutem lá fora, mas tem algumas regras: devem ser novos, nada de drogas, muito comprometimento com os treinos e, antes de serem talentosos e bons, têm que ser humildes e educados - explicou. 

Thomas Almeida e Diego Lima em mais um treino na Chute Boxe (Foto: Divulgação )

Apesar de jovem, Diego Lima tem experiência em revelar novos nomes no MMA brasileiro, como Felipe Sertanejo, Lucas Mineiro e, mais recentemente, Thomas Almeida. O treinador explica que os três, assim como todos que integram a Chute Boxe em São Paulo, têm a agressividade dentro do cage como ponto em comum. 

- Sempre fui da Chute Boxe, hoje sou treinador da equipe e aqui sempre foi "matar ou morrer", não desistir nunca. É isso o que todo mundo fala e sabe como funciona. Isso que a gente tem que manter: não desistir jamais. Por isso tenho que tentar deixar meus atletas bem preparados em todas as áreas. Tem que jogar de cabeça, suplê, é isso o que o público gosta de ver. Aqui na Chute Boxe somos todos amigos, uma grande família e até prefiro que não venha gente de fora. Não é por mal. Já até recusei lutadores do UFC que queriam treinar aqui - afirmou Diego Lima. 

Os nomes que atualmente se encontram na "Casa Chute Boxe" são Brendo Bispo (16-3), Daniel Willycat (5-0), Diogo Sotero (4-3), Gustavo Gabriel (12-0), Julio Xaropinho (12-4-1), Mayra Sheetara (2-0) e William Cilli (12-4)